É um post mas podia ser uma sessão de análise. Daquelas que a gente fala um monte sobre o que não importa para não falar do que é realmente importante e de repente vem aquela puxada de tapete porque é a forma como se falou do que não é importante é o que importa.
Sei lá, eu gostava mais quando a gente fazia massagem no cabelo e não hidratação.
Teve aí a controversa entrevista do Milton – que eu não li. A música brasileira atual não é tão boa sei que lá? Não saberia dizer. A verdade é que eu fiquei lá, naquele cantinho pré-cd com uns discos e filmes de estima e nada mais. Claro que eu escuto “coisas novas”. Mas a verdade constrangedora é que sou vou ouvir Roberta Sá, prefiro quando ela canta Cicatrizes.
Status: atrasadíssima, perdendo o bonde, o cavalo selado, a vez, o prumo.
Toda uma vida construída sobre saber ficar, saber partir. Mais: aproveitar o tempo de ficar, reconhecer a hora de partir. É tentador se deixar ficar só mais um pouquinho. Só mais um pouquinho como na floresta das fadas em Avalon, enquanto a fruta apodrece, o cavalo vira carcaça, enquanto a noite é dia e o dia é noite, as pontas do que é morte e do que não é se encontram formando o círculo entorpecedor do qual já não se consegue sair, ficar só mais um pouquinho e esquecer como viver é tão bom que dói.
Argentina, Uruguai, Chile, Portugal ou Itália? provavelmente nenhum deles mas se não acenar com uma cenoura eu sou aquele burro teimoso que empaca.
É melhor morrer de vodka do que morrer de tédio, disse Maiakovski. Brindo a isso enquanto acontecem-me coisas surreais. Segue o meu perfil quando me vejo assim: cara a cara comigo mesmo. Ou seja, meio de lado. Um mosaico com rachaduras evidentes. Nostálgica, mas disfarço com o riso fácil. Leio de tudo e com desespero. Escrevo sem vírgulas, pontos ou educação. Dou um boi pra não entrar em uma briga, o resto já se sabe. Considero importantíssimo saber rir de mim mesma. Nem que seja pra me juntar ao grupo. Certa da solidão, fui me acostumando a ser boa companhia. Às vezes faço de conta que sou completa, geralmente com uma taça na mão. Bebo cerveja, bebo vinho e, depois das músicas italianas, bebo sonhos. Holanda, por parte de mãe e de Chico. John Wayne, por parte de pai. Borboleta e Graúna por escolha e história. Tenho uma sacola de viagem permanente no meu juízo e a alma, de tão cigana, não para em palavra nenhuma. Gostaria de escolher meus defeitos, mas não dando certo isso, continuo teimosa. Não sei usar a nova regra ortográfica. Nem a velha, talvez. Amo desvairadamente. E tento comer devagar. Sei lá, pra compensar, talvez. Tem gente que tem a cabeça no mundo da lua. Eu não. Quando vou lá, vou toda. Sou questionadora, mas aceito qualquer resposta. Aspecto físico? Língua afiada e olhos cor de saudade. Gosto de fazer o que eu gosto. No mais, preguiçosa. Sabia o que é culpa, mas esqueci. Nada mais a dizer, prefiro andar de mãos dadas. E dormir acompanhada. Mas, bom, bom mesmo é sal, se você já leu Verissimo.
Ver todos os posts por Borboletas nos Olhos