Correndo no meio do mundo,
não deixo a viola de lado,
Vou ver o tempo mudado,
e um novo lugar pra cantar
Ponteio é das minhas músicas preferidas de sempre. Ela coloca uma necessidade no meu peito, uma inquietação na alma, uma vontade de, de, de, de algo que eu nunca soube nomear. A música vai ecoando no meu peito e me inspira, me anima, me comove.
Hoje um egresso falou de uma ação que ele participou, sob minha coordenação, em 2009 e de uma questão da prova – não faço mais prova, gente, eu era jovem – pra explicar “objetivação da subjetividade e subjetivação da objetividade. Não vou negar que fiquei emocionada mesmo, até porque ele lembrava dos termos, certinho.
Me senti muito bíblica comendo peixe e pão.
Detergente, balde grande, varal de chão, pá, vassoura, lavanda roxinha, sabão em pó. Às vezes a vida é esfregar e enxaguar.
Amigas, risos, piscina, pão e café. Tem hora que a vida é fácil.
O Zé Roberto é meio como o Chico Buarque, pra mim. Eu aceitaria qualquer coisa (eu sei, nada me será oferecido, estou só explicitando a disposição). Gosto de tudo, de como se move, de como fala, do grisalho nos cabelos e do ar de quem sempre está meio perdido, meio carente.
Status laboral: abraçando o mundo com as pernas, um passo maior que as pernas, pernas pra que te quero.
O mundo caindo e tem gente pensando em beijo na boca. Eu, no caso.
Arroz por baixo, feijão por cima. Mas, mais verdadeiramente, feijão por baixo, farinha por cima, depois mistura e faz capitão.
Eu não sinto saudades, sinto ternuras.
Perdido o bonde, o timing, o cavalo selado, é segurar firme a caneca de café e espiar o tempo passar.
Futebol é um esporte de equipe, menos para o goleiro. Se ele levar um frango, mesmo que o time enfie uma goleada nesta mesma partida, ele será lembrado não pelo resultado do jogo mas pelo seu equívoco. Para todo o resto: não fez mais do que a obrigação. O goleiro que falha: trágico ou ridículo? Solitário. Solitário não só porque tem que se responsabilizar por todos os seus atos e decisões, epítome do homem autônomo e racional, mas porque vê, de onde está, o jogo que ninguém mais vê, meio torcedor, meio treinador, mas equidistante de todos estes lugares, inclusive do papel de participante da partida. O goleiro que falha sou eu tentando sustentar a alteridade, antígona com nariz de palhaço.
Poucos filmes retratam a solidão da forma precisa como Matar ou Morrer o faz. Kane vive sob o imperativo de ser quem ele acha que deve ser e nada é mais solitário. Íntegro não apenas porque se compromete com uma cidade que o abandona mas íntegro, inteiro no seu compromisso consigo mesmo, Kane confronta-se, só, com a finitude. Tal como o goleiro, ele vê a situação de onde ninguém mais a vê e, responsável pelos seus atos e decisões, mais que assume a falha, faz dela seu leitmotiv.
Eu estou em contagem regressiva: os dias sem relógio, mar, brisa, pastel de arraia. Uma semana no vilarejo onde areja um vento bom.
Eu quero muito estar lá, mas que preguiça enorme de ir.