Eu nem devia falar sobre isso, mas teve um tempo que eu desprezava a idéia de viajar pra São Paulo. Fazer o quê, lá? Mordi a língua valendo. Bastou uma viagem e nunca mais deixei de ir/querer ir.
Eu adoro São Paulo. Bom, adoro minha gente em São Paulo. E o Madadayo. Lá estão pessoas que amo, que me acolhem, pessoas e suas conversas deliciosas, mesa na calçada, cerveja gelada, risadas.
Eu já andei na cidade. Prédio alto, Liberdade, feira, feijoada aos sábados, pátio do colégio, muita coisa pra ver e fazer. Agora,quando vou lá, quero mesmo é abraços.
Eu não preciso de desculpas para visitar São Paulo, agora, preciso de dinheiro. Quando a Iara (que agora mora além mar) disse que ia por lá, nem pisquei. Comprei passagem. Aí saiu a agenda do show do Chico, mesmo fim de semana. Alegria dupliOPA. Não apenas em dobro, multiplicada em grande escala pelo tanto de amor e pessoas envolvidas. Fui.
É melhor morrer de vodka do que morrer de tédio, disse Maiakovski. Brindo a isso enquanto acontecem-me coisas surreais. Segue o meu perfil quando me vejo assim: cara a cara comigo mesmo. Ou seja, meio de lado. Um mosaico com rachaduras evidentes. Nostálgica, mas disfarço com o riso fácil. Leio de tudo e com desespero. Escrevo sem vírgulas, pontos ou educação. Dou um boi pra não entrar em uma briga, o resto já se sabe. Considero importantíssimo saber rir de mim mesma. Nem que seja pra me juntar ao grupo. Certa da solidão, fui me acostumando a ser boa companhia. Às vezes faço de conta que sou completa, geralmente com uma taça na mão. Bebo cerveja, bebo vinho e, depois das músicas italianas, bebo sonhos. Holanda, por parte de mãe e de Chico. John Wayne, por parte de pai. Borboleta e Graúna por escolha e história. Tenho uma sacola de viagem permanente no meu juízo e a alma, de tão cigana, não para em palavra nenhuma. Gostaria de escolher meus defeitos, mas não dando certo isso, continuo teimosa. Não sei usar a nova regra ortográfica. Nem a velha, talvez. Amo desvairadamente. E tento comer devagar. Sei lá, pra compensar, talvez. Tem gente que tem a cabeça no mundo da lua. Eu não. Quando vou lá, vou toda. Sou questionadora, mas aceito qualquer resposta. Aspecto físico? Língua afiada e olhos cor de saudade. Gosto de fazer o que eu gosto. No mais, preguiçosa. Sabia o que é culpa, mas esqueci. Nada mais a dizer, prefiro andar de mãos dadas. E dormir acompanhada. Mas, bom, bom mesmo é sal, se você já leu Verissimo.
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